terça-feira, 30 de outubro de 2012

A GENI E O ANTENA MIX

Geni é uma personagem travesti que faz parte da peça “A Ópera do Malandro”, de 1979, que Chico Buarque fez baseada na “Ópera dos Três Vinténs” de Bertolt Brecht. Na peça de Brecht aparece à prostituta Janny, na peça de Chico Buarque o nome foi adaptado para Geni. A música é muito conhecida, mas a minoria das pessoas sabe, ou finge não saber, que Geni é uma travesti (a maioria acha que é uma mulher). Por ironia, a música fala da hipocrisia e falso-moralismo da sociedade, pois Geni é valorizada apenas quando convém.  
 Posso dizer que o ANTENA MIX é uma espécie de Geni (valorizado só quando elogia a classe artística e quando desagrada, é tido como um vilão, sendo apedrejado da mesma forma que Geni foi um dia). A letra mostra que Geni tinha uma vida sexual bastante ativa e sem catraca seletiva porque “ela dá pra qualquer um”. Mas no começo da música, além de sexo, também é possível interpretar atos de caridade, pois ela “dá-se”, ela se coloca à disposição, e é um “poço de bondade”, é caridosa, principalmente com grupos vulneráveis e excluídos socialmente.


Que outra mídia aqui no Recife dá espaço e valoriza a classe artística LGBT??? Na mesma forma que a Geni, o ANTENA MIX representa o GUETHO. É fácil entender a história. Quando Geni revela que não conseguiria fazer o sacrifício, a cidade hipócrita veio convencê-la do contrário, usando três personagens importantes em qualquer sociedade: os representantes do poder público (prefeito de joelhos), do poder religioso (o bispo de olhos vermelhos) e o poder econômico (o banqueiro com um milhão). Tanto o ANTENA MIX quanto o personagem Geni representam a cor Laranja da Bandeira LGBT. Na cromoterapia, o laranja é a cor mais energética de todas!!! Quem sabe esses que apedrejam as Genis da vida e o ANTENA MIX, se arrependem e passam a valorizar e respeitar a livre expressão!!! 
Quem sabe um dia???

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